29 de dezembro de 2013

Ser autônomo em final de ano

Para aqueles que estão pensando em ingressar na carreira, um alerta: não é fácil ser autônomo no fim de ano.

Enquanto muitos estão de férias, com tempo e dinheiro (o 13º salário existe para isto) para planejar as festividades, comprar presentes, decorar a casa, viajar com a família e ir à ceia e almoço de natal, muitos de nós estamos com prazos apertadíssimos porque o ritmo de trabalho vai diminuir em algumas semanas e por isso precisamos trabalhar dobrado para compensar as vacas magras de início de ano.

Passar os dias 24 e 25 de dezembro trabalhando não é exceção para os tradutores. E trabalhar incessantemente antes dessas datas também não o é. Precisamos, nós mesmos, gerar o nosso 13º salário. E é preciso, também, trabalhar pelos meses de janeiro e fevereiro que são, normalmente, mais parados. Além disso, férias não são um luxo, mas um descanso essencial para a mente e o corpo, e para que consigamos tê-las também precisamos trabalhar mais.

Os primeiros dois a três meses do ano de uma empresa são de planejamento interno. Pouco acontece nesse período e isso reflete no mercado de tradução. São meses geralmente mais parados, que deverão ser supridos pela renda gerada pelo trabalho dobrado de novembro e dezembro.

É claro que isso é uma generalização e que há colegas em situações muito diferentes. Há uma que vem comentando sobre o esfriamento do mercado desde agosto, e há outros que continuam, mesmo após o natal, cheios de trabalho e com a agenda já lotada para os próximos meses.

Seja como for, o fato é que, como autônomos, precisamos planejar nosso fim de ano, 13º salário e férias com meses de antecedência, da mesma forma como fazem todas as outras empresas. Os últimos três meses foram tão cheios que este blog precisou ficar esquecido. Preparando-me para as festividades de natal, mudança de cidade em janeiro, vacas magras de início de ano e férias em abril, venho trabalhando desde outubro em ritmo mais acelerado para compensar a fase em que o mercado esfriar e o período em que eu não estiver disponível para os clientes.

Mas isso não precisa ser necessariamente uma má notícia. Não ter trabalho a entregar não é desculpa para não ter trabalho a fazer. Nosso início de ano também deve ser de planejamento interno, afinal nós somos nossa própria empresa. Há inúmeras tarefas na lista esperando para serem realizadas: colocar os estudos em dia, emitir faturas pendentes, renovar associações e atualizar os perfis profissionais e currículos, organizar TMs e TBs/glossários, prospectar novos clientes, fazer o planejamento do ano e mais uma infinidade de coisas.

Como sempre falado, planejamento e organização são requisitos para atuar nessa profissão. Precisamos nos planejar tanto para os meses de trabalho intenso quanto para aqueles que, sem planejamento prévio, podem causar desespero.



Dezembro/2013