8 de setembro de 2013

Outros golpes


Já falamos aqui da fraude utilizando nome de tradutores. Mas essa não é a única forma que vem sendo utilizada para dar golpes no mercado de tradução.

Em vez de se passarem por tradutores com nomes e perfis profissionais conhecidos no mercado, como ocorre nessa fraude, há "tradutores" que copiam um ou vários currículos encontrados na internet e os utilizam como se fossem deles. A melhor forma de evitar que sejamos atingidos por esses esquemas é não disponibilizarmos nossos currículos para download nas redes profissionais como no ProZ, Translator's Cafe e LinkedIn. É possível construir um bom perfil nessas redes sem que coloquemos o currículo disponível, o qual só deverá ser enviado diretamente ao cliente.

Outro golpe que tem se mostrado bastante frequente, mas não tão eficaz, é o do "cheque errado": um tradutor recebe um cheque com valor significante, mas não reconhece o emitente; não trabalhou em nenhum projeto com o emitente desse cheque e, consequentemente, percebe que este foi enviado ao tradutor errado. Ao entrar em contato com a "agência" responsável pelo pagamento (estrangeira e desconhecida), esta confirma ter emitido o cheque à pessoa errada e pede ao tradutor que transfira o valor de volta à "agência". O cheque, logicamente, não terá fundos, mas o tradutor só irá descobrir isso dias após ter feito a transferência. Há casos em que a agência até solicita ao tradutor que transfira uma percentagem do valor do cheque e fique com o restante, o que seria uma forma de compensação pelo inconveniente, mas é, apenas, uma maneira de o golpista conquistar a confiança da vítima. 

Vários colegas já relataram terem sido alvos desse golpe, sem terem caído nele. Com tantas opções para receber pagamento do exterior (Paypal, transferência bancária, Moneybookers...), cheque deixou de ser uma opção há muito tempo, já que demora para ser descontado (o que torna os golpes possíveis). Hoje em dia, poucos são os tradutores que aceitam pagamento por cheque do exterior e, quando o aceitam, só o fazem com clientes que já conhecem e em que confiam. Além disso, "enganos" como esse não convencem pessoas que já sabem que é preciso desconfiar de quase tudo o que aparece de repente em nossa frente. 

De qualquer forma, devemos sempre alimentar a "pulga atrás da orelha". Consultar outros colegas e fazer uma pesquisa na internet é muito importante antes de confiarmos nas situações que aparecem, seja um pagamento errado ou um currículo recebido.


Setembro/2013