Para quem deseja iniciar na profissão, os requisitos são muitos: dominar as línguas envolvidas (dedicar ao estudo das gramáticas e manuais de estilo, especialmente do português, o que muitos parecem ignorar), ler muito, estudar sempre, ser organizado e saber se planejar, respeitar prazos, saber lidar com clientes, saber dar seu preço e ser firme, saber cobrar, dizer não. E muito mais.
Além disso, algum investimento financeiro também é necessário. Para conquistar bons clientes e fugir do trabalho escravo, bem como aumentar a produtividade, é necessário investir nas ferramentas de tradução (Trados, Wordfast, MemoQ...). É possível iniciar com apenas uma: a mais barata e fácil de usar. Mas para que se cresça e que se conquiste uma clientela variada, outras ferramentas passarão a ser necessárias.
Investir em bons dicionários, sejam eles on-line ou impressos, é fundamental. Há dicionários técnicos, voltados para áreas de especialidade que serão traduzidas (medicina, óleo e gás, direito...).
Estudar nunca acaba. Quanto mais especializado for o tradutor, maiores suas chances. Há tradutores que voltaram à faculdade depois de "velhos" para entenderem mais sobre a área em que traduzem. Procurar cursos, livros e webinars para se capacitar é essencial.
Há que se tornar membro de algumas comunidades e entidades profissionais. Uma das melhores formas de se conseguir os primeiros projetos é através do ProZ, e tornar-se membro pagante tem suas vantagens. Ser associado da Abrates, da ATA e/ou de outras entidades é fundamental para o fortalecimento da profissão e para ser encontrado e mais valorizado por clientes. Além disso, essas associações trazem benefícios diretos ao tradutor.
Viajar faz parte da profissão. Como o tradutor trabalha atrás de um computador, sem que ninguém o veja e sem ter colegas de trabalho, os congressos, conferências e encontros informais são indispensáveis. É o momento de se fazer networking, trocar experiências, aprender mais e, é claro, fazer amigos.
Outra questão importante é o ambiente de trabalho. Trabalhar em casa não significa trabalhar na cama, no sofá em frente à televisão ou em uma cadeirinha de plástico em uma mesa improvisada. É preciso criar um ambiente propício para o trabalho. Propício no sentido de ser ergonômico, confortável, prático e agradável, caso contrário em pouquíssimos anos uma lesão por esforço repetitivo ou coisa pior o forçará a procurar outra profissão. Bons aparelhos periféricos também são essenciais. Não é possível trabalhar todos os dias com teclado e mouse de um notebook, por exemplo. A produtividade seria pequena, além de ambos não serem ergonômicos e prejudicarem os pulsos em longo prazo.
Provavelmente, nem metade dos requisitos foi contemplada. Mas talvez o mais importante, além de saber os idiomas com que vai trabalhar, é ter certo perfil empreendedor: criar horário de trabalho, administrar as faturas e notas fiscais, conquistar clientes, lidar com prazos apertados, saber investir financeiramente na profissão. Muitas pessoas têm muito conhecimento linguístico, mas pouca disciplina. E ser autônomo exige organização profissional. Não há chefe cobrando horário e produtividade. No entanto, se o profissional não cobrar isso dele mesmo, não se manterá no mercado. Não ter chefe pode parecer uma boa ideia, embora muitos se esqueçam de que em casos como doença, licença e férias, nós mesmos temos que resolver os "pepinos". Deixar o cliente na mão em decorrência de uma gripe ou tratamento de saúde pode significar perder não só esse, como outros clientes. Parar de trabalhar um mês inteiro para tirar férias, sem remuneração alguma, exige uma boa quantia economizada na poupança. Nessas horas, chefe faz muita falta!
Falando em disciplina, trabalhar em casa não é tão fácil quanto parece. Há várias distrações, algumas comentadas no texto sobre produtividade, e há também despesas. Nossa casa é nosso escritório, e, assim, a energia, internet, comida e ferramentas utilizadas serão pagas por nós mesmos.
De forma resumida, trabalhar como tradutor é trabalhar por conta própria, o que só será possível se formos disciplinados e assumirmos essa profissão de forma estruturada e planejada.
Provavelmente, nem metade dos requisitos foi contemplada. Mas talvez o mais importante, além de saber os idiomas com que vai trabalhar, é ter certo perfil empreendedor: criar horário de trabalho, administrar as faturas e notas fiscais, conquistar clientes, lidar com prazos apertados, saber investir financeiramente na profissão. Muitas pessoas têm muito conhecimento linguístico, mas pouca disciplina. E ser autônomo exige organização profissional. Não há chefe cobrando horário e produtividade. No entanto, se o profissional não cobrar isso dele mesmo, não se manterá no mercado. Não ter chefe pode parecer uma boa ideia, embora muitos se esqueçam de que em casos como doença, licença e férias, nós mesmos temos que resolver os "pepinos". Deixar o cliente na mão em decorrência de uma gripe ou tratamento de saúde pode significar perder não só esse, como outros clientes. Parar de trabalhar um mês inteiro para tirar férias, sem remuneração alguma, exige uma boa quantia economizada na poupança. Nessas horas, chefe faz muita falta!
Falando em disciplina, trabalhar em casa não é tão fácil quanto parece. Há várias distrações, algumas comentadas no texto sobre produtividade, e há também despesas. Nossa casa é nosso escritório, e, assim, a energia, internet, comida e ferramentas utilizadas serão pagas por nós mesmos.
De forma resumida, trabalhar como tradutor é trabalhar por conta própria, o que só será possível se formos disciplinados e assumirmos essa profissão de forma estruturada e planejada.
Junho/2013