5 de junho de 2013

Congresso Abrates 2013 - Relatos



O IV Congresso Internacional de Tradução e Interpretação da Abrates pode ser resumido em duas palavras: sucesso absoluto! Organização foi a palavra-chave: o credenciamento foi calmo e sem filas, as palestras começaram nos horários, e nenhuma falha pode ser apontada.

A abertura não poderia ter tido melhor keynote speaker. O Henry Liu, da FIT (Federação Internacional de Tradutores), com seu profissionalismo e bom humor, chamou atenção para a realidade do mercado: há trabalho sobrando, mas há poucos tradutores qualificados. Questionado sobre agências que "exploram" tradutores, sua resposta não poderia ter sido melhor: "há agências ruins assim como há tradutores ruins".

Após a abertura do evento, um coquetel foi oferecido e a confraternização se iniciou. Colegas se conheceram e se reviram, novas amizades e contatos profissionais foram feitos. Excelente oportunidade de networking e descontração.

O dia seguinte trouxe várias palestras interessantes. Foram 5 salas simultâneas, o que dificultou escolher apenas uma palestra. Mas a apresentação do João Vicente foi, sem dúvida, a que mais reuniu expectadores. Com o tema "O mercado de tradução: também quero meu lugar ao sol", ele compartilhou sua experiência e deu dicas úteis. Mais uma vez, vimos um puxão de orelha nos que investem mal na profissão e não assumem uma postura profissional e investidora.

A Val Ivonica apresentou os Dos and dont's da vida online. Mais um puxão de orelha naqueles que não sabem se apresentar profissionalmente nas redes sociais, listas e demais pontos de encontro de profissionais. Colocar fotos com roupas, não utilizar um endereço de e-mail do tipo "gatinhamanhosa", não falar o que não sabe foram algumas das dicas que a palestrante deu. Triste saber que todos seus exemplos eram reais.

A palestra da Ana Iaria, "memoQ avançado: sua produtividade cresce", foi a oportunidade de termos, pela primeira vez no Brasil, um treinamento com uma Certified memoQ Trainer. As dicas de memoQ avançado, como o uso das Musas, da memória Big Mamma e das views certamente irão garantir maior produtividade e organização em nosso trabalho diário. 

A palestra "Intérprete de campo: O papel deste profissional como ferramenta pedagógica", do Sidney Barros, apresentou novos pontos de vista da profissão de intérprete. A apresentação não abordou a interpretação simultânea ou consecutiva, mas o trabalho de acompanhamento em campo, em ambiente que envolve uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) e comunicação com trabalhadores das mais diversas formações e cargos. A preocupação em não só interpretar, mas fazê-lo de forma com que os ouvintes aprendam, foi o diferencial em seu trabalho e em sua palestra.

O João Vicente trouxe uma segunda palestra com o tema "The language of international financial institutions".  Como tradutor do FMI, João Vicente discutiu a tradução da terminologia muito específica utilizada pelo FMI e utilizou o público para colaborar. 

A última palestra assistida por nós foi "Como receber pagamentos de clientes do exterior", do Jorge Rodrigues. O palestrante apresentou as vantagens e desvantagens do uso do Paypal, Skrill (antigo Moneybookers), cheque e transferência bancária. O Jorge trouxe a informação de que existe agora no mercado o Translator Pay, um sistema criado para tradutores e que, logicamente, traz uma série de vantagens. Contudo, este ainda não chegou ao Brasil e será necessário aguardar.

Essas foram apenas algumas das palestras assistidas por nós e que estavam disponíveis para os inscritos. A Abrates ofereceu 46 palestras ao todo, sendo a maioria ministrada por profissionais reconhecidamente talentosos. 

Além das palestras e do coquetel de abertura, o jantar de confraternização foi a chance de networking. O número de participantes era limitado, tanto pela capacidade do restaurante, quanto para possibilitar conversas mais próximas e grupos menores. Três ônibus saíram do hotel onde ocorria o congresso e levaram os participantes ao restaurante Jardim de Minas. A pontualidade pode ser verificada também nesses ônibus, que também levaram os inscritos de volta ao hotel em horários alternados.

Outra decisão acertada da Abrates foi deixar uma cabine de interpretação no salão principal. Todas as palestras, em português ou inglês, foram interpretadas por profissionais que se voluntariaram para o congresso. Os aspirantes a intérpretes não só puderam utilizar os aparelhos de áudio e entender como a interpretação funciona, mas também puderam entrar na cabine e conhecê-la de verdade.

Para o encerramento do congresso foi reservada uma importante notícia: a assinatura de um acordo entre a Abrates e a Rio 2016. Garantir a qualidade das traduções oficiais para as Olimpíadas de 2016 e valorizar a profissão de tradutor serão pelo menos dois dos bons resultados desse acordo.

As impressões desse congresso são unânimes: a Abrates está se organizando e está seguindo o caminho certo. Para que continue a se fortalecer e para que possa fazer mais pelos tradutores, é necessário nos tornemos membros. E a associação provou que tem capacidade de organização e representatividade, mas muito pouco poderá ser feito se os profissionais não se unirem. Nossa filiação foi providenciada assim que o congresso terminou!

Um congresso organizado como esse oferece muito aprendizado e rica troca de informações. Conhecemos colegas com quem convivemos on-line há anos, a quem recorremos quando há dúvidas e preocupações, e com quem rimos juntos nos grupos de discussão. Trocamos cartões de visitas, conversamos sobre nossas áreas de especialidade, e de lá levamos promissores contatos de novos clientes e colegas que poderão nos colocar em contato com novas oportunidades, e tornar-se amigos.

Que venham mais congressos!

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Junho/2013